sábado, 28 de novembro de 2015

Eu posso te amar desesperadamente, embora eu não tenha o seu amor garantido.


Há quase uma semana eu estava ao seu lado, sentada, olhando pôr do sol que fundia ao vermelho das flores de um ipê, sei qual árvore era porque meu celular tem  mil aplicativos de identificação de plantas, enquanto o seu tem a mesma quantidade, mas de aplicativo de relacionamentos, pois você insiste em olhar para todos os lados a procura de alguém, quando eu sempre estive ali por você. Não era o momento certo para tocar nesse assunto, eu estava abalada ainda porque tínhamos acabado de sair do hospital onde nosso amigo está internado, e você nem se quer percebeu o meu estado, por estar ocupado demais fingindo que estava tudo bem com você, sempre se escondendo debaixo dessa sua carapaça que você julga ser de ferro. Mas eu nunca fui capaz de te desarmar, na verdade nunca fui capaz de nada, nem de ser a pessoa certa para você, até porque eu sou tudo aquilo que você não é capaz de gostar. Meu cabelo é crespo, eu não sei jogar baralho, odeio esportes, não entendo nada sobre dança, prefiro ver filme legendado, prefiro séries do que filmes, escuto músicas de bandas que quase ninguém conhece, não como carne vermelha, acredito na teoria da evolução, e você diz que nenhuma teoria é merecedora de ser aceita porque nada é concreto. Então acho que acredito em mais de uma teoria, eu ainda acredito em nós, mesmo não sendo ciência, não sendo concreto e muito menos sendo merecedor, eu acredito. E todos acham que eu estou perdendo meu tempo, se bobiar você deve pensar o mesmo, ou não (não sei nem se você pensa).  Porque eu te amo de longe, amo quieta, você nem acredita mesmo ou não vê, seu cérebro é meio limitado a jogos e aplicativos de celular, é tanta futilidade que o armazenamento ta lotado demais para ter espaço para mim.