segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Enquanto todos desejam a chegada do ano novo, eu peço pela volta dos velhos

Eu não sei seguir em frente, viver de passado é a única maneira que eu sei viver, os anos vão se passando e eu me sinto presa no mesmo lugar, sentindo saudade das mesmas coisas, desistindo de procurar o novo, de esperar por mudanças, desacreditando que tudo um dia irá ficar bem. Sabe aquela palavrinha que dizem por ai, todo final de ano? Aquela chamada esperança? Procurei ela no meu velho dicionario encostado na estante e a página estava rasgada. Cômico. A vida vem rindo de mim, rindo da garotinha que pensa estar na terra do nunca, se recusando a crescer, que se tortura com as todas as lembranças más. Só que eu não tenho mais a inocência de uma garotinha, pois sinto ódio e o ódio nunca foi e nunca será o sentimento mais bonito. Também não sei ser bonita, eu não sei ser alguém melhor,  regredi e desaprendi a conviver com outros seres da mesma especie, me desadaptei à vida em sociedade. Esqueci de ser feliz e nem me importe, na verdade eu não sei ser feliz, e nunca quis aprender, não suporto perdas e eu sei que se tudo ficar bem, logo em seguida tudo ficara mal, tem sido assim desde o inicio então prefiro ficar na mesma, prefiro ficar aqui sozinha, como todos os pensamentos antigos, com a insensatez de desejar todos os dias voltar no tempo.

sábado, 22 de dezembro de 2012

a mágica virou tragédia


Eu chorei. Lutei noites inteiras contra mim mesma na tentativa de te tirar da minha cabeça. Agora é como se todas aquelas lágrimas que derramei tivessem mesmo te drenado daqui de dentro, você saiu e deixou um vazio enorme que foi preenchido com ódio, não é ódio de você, mas de tudo que eu aceitei para continuar a viver contigo. Depois de quatros anos eu finalmente senti sinceridade nos seus pedidos de desculpas, uma sinceridade da qual não existe mais em mim, você consegue enxergar o que a sua maldade me causou? Você se divertiu? Porque eu ainda sinto a dor de todas as coisas ruins que você já me fez.
Você vive dizendo que vai fazer de tudo para não me perder, mas meu amor, você já me perdeu. Quando eu procuro dentro de mim, algum resto seu que seja bom, eu não encontro nada em que eu possa me agarrar, que me faça te aceitar de volta por completo, não tem como consertar pedaços, quando  tudo desmoronou. Mesmo que ainda existam tentativas, você não pode negar que já perdemos a luta.
Como posso confiar em você novamente? Sendo que você não consegue segurar as suas próprias mãos.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Eu quis ir te ver, dizer que sinto muito pela morte do seu pai, estender minhas mãos para você chorar, mas lembrei que outra pessoa já estaria fazendo isso por você, minha presença seria inútil, você não precisa de mim e nunca precisou, por mais que o momento seja difícil não sou quem vai estar com você quando precisar desabafar e passar noites soluçando contigo. Também não fui por motivos pessoais, odeio velórios, eles me despertam os piores dos sentimentos, e também porque não saberia o que dizer, poderia optar pelas mais variadas frases clichês; ''Ele está em algum lugar melhor'', ''Deus sabe o que faz'', mas como você sabe eu nunca fui religiosa, não acredito nisso de céu e inferno, mas acredito que morrer deve ser menos doloroso do que viver sofrendo. Tenho certeza que minhas palavras não te ajudariam, assim como não ajudaram quando ele estava doente, nunca te disse para ter fé, esperanças ou algo do tipo, já fui mais realista, não foi por frieza mas é que eu sempre quis que você fosse forte, e ainda quero mesmo não te procurando para dizer tudo isso. Não sei ainda me lê, provavelmente não, pois eu já sai da sua vida faz tanto tempo, mas se algum dia alguma coisa te trouxer aqui, quero que sabia que eu sinto muito e que eu espero que você já esteja bem.