segunda-feira, 18 de junho de 2012

Necessidade de não ver ninguem


Voltei a achar todo mundo feio e bobo e sem nada a dizer (...) Agora as pessoas voltaram a me irritar. E eu voltei a ter que fazer muita força pra sair de casa.

[Tati Bernardi]

É estranho perceber que eu não consigo me sentir bem em lugar nenhum que não seja o meu quarto, lugares lotados de pessoas vazias, sem assunto, sem nada interessante a dizer, eu olho para os lados e não consigo mais me enxergar ali no meio daquela gente toda, então eu tenho vontade correr, correr das pessoas, até eu chegar em algum canto qualquer onde eu possa me sentir segura novamente. Nada me conforta, nenhum abraço é capaz de me consertar, nenhum toque consegue me completar, nada preenche essa falta, que eu nem sei ao certo do que. É como se todos os dias alguma coisa dentro de mim morresse sem ao menos ninguem perceber, eu também não quero que percebam o quanto o meu interior é frágil. E para suprir essa ausência de algo que não existe, eu leio Charles Bukowski, escrevo linhas que nunca ninguem ira ler, me rasgo, não atendo o telefone, atendo a porta quando eu acho que devo atender e faço um esforço gigante para sair de dentro de casa.

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